Domingos Nogueira, pintor, era natural de Beja e morador em Moura. Era filho de Domingos Fernandes e de Maria Fernandes. Viúvo de Guiomar de Andrade, foi preso pelo Tribunal do Santo Ofício de Évora com a acusação dos crimes de judaísmo, heresia e apostasia.
O réu apresentou artigos de defesa e contraditas, sendo seu procurador o licenciado Diogo Coelho. Só confessou as culpas depois de sentenciado a ser entregue à justiça secular e ao tormento. Fez a confissão na Casa do Tormento, em 20-III-1632, foi mandado sair dos cárceres em 14-V-1632 para acabar de cumprir penitência em Évora, Foi-lhe tirado o hábito e levantado o cárcere em 1633. Em 27 de julho de 1636, a filha do pintor, Maria de Andrade, de 18 anos, considerada como “parte de cristã nova”, sai em Auto-de-Fé na Praça Grande da cidade de Évora, após a sua quarta abjuração em forma.
A sua atividade artística é desconhecida.
Beja; Santo Ofício de Évora; Auto-de-Fé; Judaísmo; Heresia; Apostasia.
ANTT, Tribunal do Santo Ofício, Inquisição de Évora, proc. 3156 ou PT/TT/TSO-IE/021/3156. http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2365109. Divulgado no âmbito do Projeto PRIM'Art. BPE, Códice CVI, 1-37.